"Te olho nos olhos e você reclama...
Que te olho muito profundamente.

Desculpa,
Tudo que vivi foi profundamente...

Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade
De me inventar de novo.
Desculpa se te olho profundamente,

Rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais
Nos seus traços.

A ponto de ver a estrada...
Muito antes dos seus passos.

Eu não vou separar minhas vitórias
Dos meus fracassos!

Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço
Do meu ser...
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente."


(Ana Carolina)

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